O Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC), órgão vinculado ao Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (SETCESP), divulgou o relatório da pesquisa anual ‘Sondagem do TRC’, com os efeitos da pandemia no ano de 2020, para as transportadoras e como estas avaliam as perspectivas para 2021.
Transportadoras de pequeno, médio e grande porte com diversos perfis de cargas foram consultadas e, de acordo com Fernando Zingler, diretor executivo do IPTC, a pesquisa serve como norte para o setor de transporte de cargas, assim como acaba por medir como será a atuação das transportadoras, neste ano.
“A Sondagem do TRC pode contribuir sendo um termômetro e um balanço de como o mercado vem se desenhando, para entender como está o desempenho da sua empresa em relação ao setor, para saber as tendências que o TRC visualiza para o ano. A Sondagem serve como um comparativo com as outras empresas, bem como uma fonte de segurança para os transportadores tomarem suas decisões”.
O levantamento consolidou um panorama geral do ano de 2020, tendo como principais dados a queda de 0,32% no volume transportado em relação ao ano de 2019 e a capacidade ociosa apresentada por 55% das empresas. Apesar de haver o entendimento de que a ociosidade tem relação com a dificuldade na contratação de motoristas apresentada no ano passado, para a economista do IPTC, Raquel Serini, este não é o caso.
“Acredito que a ociosidade da frota mencionada na pesquisa não está diretamente relacionada à falta de motoristas e sim, a diminuição do volume de carga transportada neste período de pandemia de um modo geral. O mercado do TRC sofreu o baque do período conturbado que foi 2020, assim como para todos os outros setores. Tivemos redução na movimentação de carga, mesmo sendo considerada uma atividade essencial ao longo da pandemia, o que afetou diretamente o faturamento e consequentemente o lucro”.
Ao tratar de 2021, o estudo apontou que 76% das transportadoras pretendem fazer investimentos em novas tecnologias, ao passo que 96% irão investir em treinamentos para seus colaboradores. Ambos os dados são, para Serini, os enfoques deste ano para o setor de transporte rodoviário de cargas.
“O mercado de transportes percebeu a importância de se reinventar, criar ferramentas alternativas para atendimento remoto, teletrabalho e, assim, diversificá-lo, além de qualificar a mão de obra disponível, pensando na expansão dos negócios. Em contrapartida, apesar de existirem empresas que desejam modernizar seus terminais, isso não reflete a realidade da maioria. Muitas empresas estão enxugando suas estruturas físicas e retomando, ainda que de forma tímida, a contratação de terceiros/agregados na frota também”.
A Sondagem do TRC ainda salientou quais áreas as transportadoras acreditam que mais precisam de investimentos para o crescimento esperado por 43% das empresas.